“Acordou só. A porta não se abriu. A voz do pai chamando para a escola não foi mais ouvida”. As primeiras palavras de Tanta chuva no céu (Editora do Brasil), livro de estreia do especialista em literatura infantil e juvenil e presidente do Instituto de Leitura Quindim, Volnei Canônica, retratam os desafios que uma menina precisará enfrentar para redescobrir a vida e iniciar um novo ciclo. O livro foi escolhido na última quinta-feira (01) um dos 14 melhores lançamentos para a infância e juventude pela Revista Quatro Cinco Um, veículo especializado em literatura.
A ideia do livro surgiu em uma viagem de avião, quando Volnei se deparou com a chuva batendo na janela da aeronave. Ele pegou o celular e a história nasceu. O autor, que gosta de escrever sobre assuntos que muitas vezes estão escondidos, acredita que o triste e o alegre e outros sentimentos estão presentes desde os primeiros dias de vida.
“É necessário falar com as crianças sobre temas muitas vezes delicados, como as perdas. As dores do mundo atravessam a infância com a mesma força que atravessam os adultos. A perda não é somente a morte de alguém querido, próximo. Afinal, quanto todos nós perdemos somente neste ano?! O livro é uma possibilidade de iniciar um diálogo de forma poética, cheia de vazios, para os pequenos leitores preencherem com os seus sentimentos”, acredita Canônica.
A narrativa sensível e tocante contrapõe com os traços fortes e de cores vibrantes do ilustrador equatoriano Roger Ycaza. Em seu primeiro trabalho no mercado brasileiro, ele usou quatro cores, em acrílico e pincel seco, para traduzir a história. “Este livro é muito especial para mim. Ao mesmo tempo que foi um desafio ilustrar esta história, cheia de nostalgia e esperança, também foi um prazer realizar essa jornada com meu querido amigo Volnei”, afirma Ycaza.
A apresentação do livro foi feita pelo escritor e ilustrador Roger Mello, vencedor do Prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da Literatura Infantil. No texto, Mello conta que "Tanta chuva no céu é um poema em voz alta, no escuro, a sós. Um poema a sós é como uma dança. E essa aqui é uma dança entre palavra e imagem, entre o dentro e o fora. Então, entre no livro. Impressionante ver como os dois textos, de Volnei Canônica e de Roger Ycaza, se afastam e se unem para dar voz a um pensamento. Uma menina que precisará inventar seu mundo a partir da falta. E a falta é uma presença muito grande. E dói nas pequenas coisas”.
O livro já está disponível na plataforma de vendas da editora (CLIQUE AQUI).
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