Médico e poeta. Assim pode-se descrever o próximo convidado do Quintal da Língua Portuguesa, o moçambicano Mbate Pedro. O encontro virtual será realizado no dia 16 de abril, às 14h (Brasília) / 18h (Lisboa) / 18h (Luanda) / 19h (Maputo). Como nas edições anteriores, o encontro será pela plataforma Zoom.
Para assistir ao bate-papo literário e ter contato com uma incrível troca de aprendizados, é necessário adquirir o ingresso pela Loja Quindim. O valor do ingresso é de R$50,00 para público em geral e R$25,00 para conveniados (Senalba, Sinpro, Sindiserv Caxias e ex-alunos dos cursos do Instituto Quindim), mediante solicitação de desconto no e-mail institutodeleituraquindim@gmail.com.
Mbate e sua arte
Natural da capital moçambicana, Maputo, Mbate tem a sua escrita voltada para os poemas, porém, sem deixar a graduação em medicina de lado, acabando, assim, se dividindo entre as duas paixões. Em visita ao Brasil (2016), enquanto participava do Festival Literário de Poços de Caldas (MG), o Flipoços, o escritor destacou que seu trabalho como médico era importante (Mbate já atuou na organização Médicos Sem Fronteiras), já que viver apenas da literatura em Moçambique não é uma realidade favorável. Além da saúde e da poesia, Mbate é um dos administradores da Cavalo do Mar, uma pequena editora em Moçambique.
Até o momento, tem quatro obras publicadas: “Minarete de Medos e Outros Poemas” (2009); “Debaixo do Silêncio que Arde” (2015); “Vácuos” (2017) - lançado no Brasil pela Editora CEPE; “Os Crimes Montanhosos” (2018) - em co-autoria com António Cabrita; este último foi finalista do Prêmio Glória de Sant’Anna 2019 (Portugal). Com “Debaixo do Silêncio que Arde” foi agraciado com o Prémio Literário BCI 2016 (para o melhor livro do ano publicado em Moçambique) e com uma menção honrosa do Prêmio Glória de Sant’Anna 2015 (Portugal). “Vácuos” foi finalista do Oceanos 2018, Prêmio Literário para os Autores dos Países de Língua Portuguesa.
Em 2019, enquanto participava da 17ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) em uma mesa literária organizada pela Associação Oceanos, Mbate criticou o fato de obras em português perderem espaço em países que têm o português como idioma principal e isso estava acontecendo em Moçambique, onde obras estrangeiras ‘tomaram o lugar’ de títulos nacionais. E pela sua editora, ele tem buscado virar o jogo e dado espaço a escritores moçambicanos.
Mbate tem textos (poemas e ensaios) espalhados por várias revistas literárias e jornais, além de colaboração em diversas antologias. Seus trabalhos estão traduzidos para alemão, inglês e italiano. Integrou o júri do Prémio José Craveirinha 2008 e presidiu o júri do Prémio IN/Eugénio Lisboa. É membro da Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO).
Novidades no Quintal
A partir desta edição, todo mês o encontro contará com a participação efetiva de um/uma quintaleiro/a, que são aquelas pessoas que mensalmente participam dos encontros. Segundo um dos curadores, o escritor e presidente do Instituto Quindim, Volnei Canônica, essa é uma forma de aproximar ainda mais o público do convidado. “A participação das pessoas já é incrível e agora, com essa participação direta no bate-papo, será ainda melhor. Estamos felizes em poder reunir esses escritores e ilustradores incríveis e de ter um público cativo que sempre está lá conosco procurando trazer algo que enriqueça a conversa”, afirma Canônica. Para a edição de abril, a quintaleira convidada é a professora, escritora e cantora Taiana Machado.
Saiba mais sobre o projeto:
O Quintal da Língua Portuguesa é uma realização do Instituto de Leitura Quindim (Brasil) em parceria com o Bichinho de Conto (Portugal), Kacimbo Produção Cultural (Angola) e Associação Literária Kulemba (Moçambique). Os encontros acontecem no terceiro sábado de cada mês, pela plataforma ZOOM e tem duração média de 2h.
Criado em 2011, no Rio de Janeiro, por um grupo de artistas, dentre eles os membros fundadores Edna Bueno, Lucília Soares, Ninfa Parreiras, Ondjaki e o presidente do Instituto Quindim, Volnei Canônica, o Quintal tem conversado e debatido sobre a relação de cada convidado com a língua portuguesa, explorando o fazer literário e outras manifestações artísticas.
A curadoria conta com o time original, além da portuguesa Mafalda Milhões e do moçambicano Dany Wambire. A logomarca do projeto foi criada pelo premiado ilustrador pernambucano André Neves. Os participantes recebem certificado emitido pelo Instituto de Leitura Quindim.
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